Ao olhar a janela do meu quarto observo minhas plantas, hoje, em especial o pé de manga, nascido das sementes desta fruta que minha mãe tanto gostava. Penso na Vó Tetê – Therezinha Lima de Carvalho, falecida no ano de 2009, aos 78 anos de idade.
A Dona Tereza do Seu Manequinha... A Dona Tereza do armazém... Minha mãe. Foi trabalhadeira, benzedeira, enfermeira, professora, comerciante... Mulher determinada no sentido de buscar o melhor para os filhos. Penso que mãe não morre, volta para junto do Pai e permanece viva nesta existência através dos filhos, dos netos e bisnetos que deixou. Deixou amigos conhecidos, pessoas que ajudou com seus cuidados e saberes.
Neste texto relembro seus ensinamentos, a ajuda para cuidar e criar os meus três filhos. Nos últimos nove anos de vida nos ensinaste muito, vítima de um AVC, presa numa cadeira de rodas, conversava com os olhos sempre com brandura e paciência, sempre olhar tranquilo. Sempre amada e querida.
Depois que fostes embora eu e a Tia Nina ainda esquentamos a águas para tua higiene, nos lapsos de memória, ainda busquei pelo olhar os produtos que comprava especialmente para ti. Hoje ficou saudade... Não dói... A fé nos dá a certeza de que voltaste para a grande Luz de onde vieste. Que possas nos auxiliar onde o humano não alcança... Obrigada pela tua estada conosco, pela vida que nos deste, pelos saberes e valores... Enfim por aquilo que somos. Que sejas muito feliz na tua nova morada, pois com certeza hoje és Tereza Luz.
Este texto onde falo da minha mãe, apresenta muito da minha subjetividade e angústias, como uma ferramenta, onde reflito sobre os seres humanos, para pensar na evolução da humanidade, seus relacionamentos intra e interpessoais; podendo inclusive rever o axioma: o homem é um transformador de energia e termos da alquimia, que foram retomados por Freud, onde verificamos a insistência no fato de existência de energia no homem, sujeita a transformações dentro do ponto de vista em que a vida começa com energia.
Pensando nas grandes fases da vida do ser humano:nascimento, infância, adolescência, juventude, maturidade , velhice e o término desta com a morte. A morte é o término da vida do indivíduo, segundo a tese da morte definitiva como fim da evolução individual; porém segundo a tese da sobrevivência parcial: podemos acreditar na sobrevivência física, ou na sobrevivência biogenética, ou na sobrevivência psicosociológica, ou na sobrevivência psicoemocional. Assim, de acordo com esta linha de pensamento, de alguma forma contribuiremos para formação, desenvolvimento e evolução de outros seres humanos através de nosso trabalho, de nossa própria existência
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"O self é o princípio, dentro de cada um de nós, que nos faz superar os desequilíbrios da dualidade própria da percepção do ego, onde o homem é um potencial, uma grande semente que precisa se abrir, crescer, desabrochar: em suma atualizar o self, o seu ser interior; tomando plena consciência de si mesmo e de sua unidade com o universo." (WEIL,1991, p. 126)
Esta riqueza de idéias nos ampliam a consciência e importância do dia de hoje, do fazer diário, pois dele depende a amanhã, meu enquanto indivíduo, mas de toda coletividade, pois enquanto humanos estamos interligados. Mas isto tudo é muito louco!
Por isso, mais uma vez agradeço a existência de minha mãe e a minha própria existência, que procuro - dentro do meu possível - entregar ao Criador a cada dia.
Fonte de Consulta:
WEIL, Pierre Giles. As fronteiras da evolução e da morte: os limites de transformação da energia no homem. Petrópolis, Vozes,1991.
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